24 de setembro de 2010

SAIA DA IGREJA

   Por favor, saia da igreja. Vá ao estádio de futebol, à fazenda, ao escritório, ao hospital, ao teatro, ao parque, ao cinema...
   Saia da igreja na segunda-feira à noite, após o grupo de oração. E vá ao shopping. No trânsito, mostre, com palavras e gestos, que você não vai destruir o mundo por causa do engarrafamento. Sintonize uma rádio cristã e siga em frente. Ao chegar às lojas, só compre o que, de fato, precisa. E, de quebra, escolha uma roupa para alguém que você sabe não ter condições de comprá-la. O beneficiado poderá até desconfiar que você anda saindo muito da igreja.
   Na terça-feira, saia da igreja de novo. Após participar da Santa Missa, depois de um dia todo de trabalho, vá curtir um cineminha. Na fila, à espera do ingresso para ver o filme, não economize seu bom humor e descontração. Depois da sessão, fale com seus amigos sobre os valores e mensagens que aprendeu. Afinal de contas, você saiu da igreja no fim da tarde.
   Saia da igreja também na quarta-feira. Após momentos de silêncio diante do Santíssimo Sacramento, saia e passe em casa para pegar a esposa e os filhos. Vá ao estádio de futebol. Justamente porque você vive saindo da igreja, quase não sabe fazer nada sem a família. Inclusive, torcer pelo time do coração.
   Saia da igreja o máximo de dias e vezes que conseguir. Especialmente no domingo pela manhã, após a Missa. Saia e corra para a praia. Vá com sua família ou amigos. Sorria bastante, conte muitas histórias engraçadas e, no final da tarde, combine de rezar o terço na casa de alguém da turma.
   Uma pessoa de fora, que ouvir esse papo, logo vai pensar: "Esses aí devem ter saído da igreja".
   Saia da igreja muitas vezes. Sempre.
   Maurício Rebouças

22 de setembro de 2010

DO CINZA À PRIMAVERA

Um farol abandonado...
Luzes que não se acendem mais.
Um rio à beira...
Era tão lindo!
Era... não é mais!

Lembro-me das crianças correndo em dia de primavera!
O senhor que vendia sorvetes, a mocinha que oferecia água, o tio do amendoim...
As toalhas estendidas sobre a grama...
As famílias deitadas juntinhas...
Amigos que se curtiam...
Tudo em plena paz! Sem malícias...
Brincadeiras puras, olhares sinceros, amizade retribuída!
Pais que corriam à frente dos filhos e os esperavam para que corressem então até eles...
Beijos, abraços, carinhos,...

Mas, onde foram parar essas maravilhas?
Quisera eu erguer uma pedra e encontrar tudo isso debaixo dela escondido...
... ou quem sabe atrás de uma dessas árvores frondosas...

Momentos únicos!
As pessoas já não têm mais tempo pra isso...

Mas, eu tenho! Eu faço meu tempo!
E não permitirei que morram os sonhos e nem os momentos de alegria e prazer entre aqueles que amo!
Eu serei a diferença!
Ainda vou passear com meus amigos... sair tomar sorvetes... brincar nos balanços dos parques...
Ainda vou sentar no colo da minha mãe, subir de cavalinho em meu pai (nem que for na piscina pra ficar mais leve), brincar de correr atrás de minha irmã com mãos de sangue de fígado de boi...
Ainda vou passar chocolate derretido em quem está do meu lado, mostrar a batata mastigada (nem que for a do Mc Donald’s),...
Ainda vou subir em árvores para colher jabuticabas, subir no telhado pra ver o mundo como Deus vê (brincadeira de minha infância),...
Pois estes momentos de alegria fazem-me experimentar a presença maravilhosa e providente de Deus em minha vida!!!
Pois os momentos de alegria e prazer não estão fora de mim, mas na minha forma de agir e encarar o mundo!!!
E eu me decido a ser feliz!!!
Decida-se você também!!!

Inaugure a primavera de sua vida!!!

SONETO DE VIDA NOVA

Quando a onda bate forte
e a naus parece se retorcer,
Sinto que é hora de morte
que está para acontecer!

Todo anunciado sofrimento
faz-me ser lapidado.
O homem daquele momento
deve ser sepultado!

Mas, a alegria me enche
E vida nova traz consigo.
Renova-se o meu ser!

Meu vazio, seu amor preenche
Para mim se faz abrigo.
Sou, então, novo em meu viver!

14 de setembro de 2010

VALDIRENE: de calça jeans e tênis

   No final de semana passado, houveram alguns contratempos na postagem. Enfim, estou conseguindo apenas hoje postar, pois o blog estava travado.
   Mas, com muita alegria apresento a santa de calça jeans e tênis desta semana: Valdirene. Para os amigos “Val”, para sua família “Di”; enfim, uma parte da minha história. É impossível recordar de minha adolescência sem que me recorde dela... mas, deixarei ela falar aquilo que ela é!

Nome: Valdirene Aparecida da Silva
Quem é você? Sou aquilo que Deus pensa de mim. Sou uma filha limitada, mas infinitamente amada pelo Pai.
Data de nascimento: 12/10/1981
Idade: 28 anos
Estado civil: Solteira / Namorando
Nome do namorado: Hugo
Formação Acadêmica: Técnica de Enfermagem
Uma comida: Estrogonofe de Frango
Uma cor: Azul
Maior sonho: Que Jesus seja conhecido e vivenciado por todos
Uma música: Ninguém te ama como Eu
Um filme: Prova de fogo
Um livro: Vivendo Aflições e Alcançando Milagres
Uma palavra: Alegria
Um esporte: Hidroginástica
Uma qualidade: Extrovertida
Não vive sem: Jesus
Uma banda: Toca de Assis
Um(a) cantor(a): Martin Valverde
Uma saudade: do meu pai
Uma profissão: Técnico de Enfermagem
Um pregador: César
Uma comunidade: Sede Santos
Uma passagem bíblica: Jo 4, 1ss – A Samaritana
Um momento: Meu encontro pessoal com Jesus
Uma realização: Estar com os jovens no Grupo de Oração
O dia mais belo: 12.10.1981 – dia em que nasci
O maior erro de uma pessoa: Mentir
Uma distração: Dançar
Um homem: Papa João Paulo II
Uma mulher: Minha mãe
Pessoas que lembram sua infância: Vanessa, Luciane
Um acontecimento: Meu encontro pessoal com Jesus
Melhor sentimento: Amor
Pior sentimento: Remorso
Um presente: Um sorriso
Sensação agradável: Estar entre pessoas que se amam
O que mais lhe faz feliz? Saber que posso ser útil à alguém
Se sua vida tivesse uma trilha sonora, que músicas conteria? Ninguém te ama como Eu, Virgem do Silêncio, A Decisão é tua, Reflexo, Fiat, Força e Vitória
Uma frase: “A nós cabe plantar, regar bem, mas o crescimento cabe a Deus.”; ou melhor, “Lutar contra o pecado sem a Eucaristia é ir para guerra sem armas.”
O que mais gosta de fazer? Conviver
Pratica esporte(s)? Qual(is)? Com que freqüência? Caminhada, às vezes
Quais as atividades que você desenvolve na Igreja? Sou membro da Comunidade Sede Santos (CSS). Trabalho em 2 grupos de oração.
Santo de devoção? Algum motivo em especial? São Francisco de Salles. Sua vida ilumina aquilo que procuro viver em Deus.
Conte-nos um pouco de seu encontro pessoal com o Senhor. Houve uma semana da Família na paróquia há 14 anos atrás e o dia da juventude. E lá estava um pregador deficiente visual que testemunhava o amor de Deus e a obra que Jesus tinha feito na vida dele e na família dele. Então eu que nunca havia me sentido amada, senti, experimentei aquele amor concreto de Jesus Cristo. Esse amor que até hoje me encanta, me faz querer ser melhor.
No(s) meio(s) que você convive, como você faz para falar de Deus? Buscando primeiro viver os preceitos do Evangelho, e então isso causa indignação e questionamento nas pessoas, então posso falar de Deus nessas situações.
É possível ser um santo de calça jeans e tênis? O que é preciso fazer? Sim, é possível. É necessário buscar em primeiro lugar estar aos pés dAquele que é Santo, Santo e Santo. Não desviar os olhos, permitir que Ele converta a nossa vida, nossos pecados e com toda a força do coração lutar para alcançar a Santidade.
Se você tivesse a oportunidade de falar com todos os jovens do mundo, ao mesmo tempo, o que você gostaria de dizer a eles? Jovens, Jesus é a Alegria e o Amor que vocês procuram. Só Ele pode saciar a sede de felicidade e satisfação que há em vocês. Queiram experimentar Jesus e então serão felizes.
Uma mensagem final: Sede santos como vosso Pai Celeste é Santo. Só pode ser um santo aquele que se reconhece pecador mas nunca deixa de contemplar a face dAquele que é Santo.

   Valdirene, muito obrigado por responder a tantas perguntas e permitir – mais uma vez – que eu fuçasse no profundo de seu coração!

   A todos nós, mais um exemplo de alguém que luta para ser uma santa de calça jeans e tênis. Tamu junto!

   No final de semana, posto o programa de rádio da Comunidade Sede Santos que foi apresentado no sábado passado, com a minha participação junto com o César e a Franciele.

3 de setembro de 2010

Crônica de um jovem ENCALHADO #1

   4 anos sem namorar.
   Mas, não me sinto encalhado e nem me considero.
   Estou, na verdade, reservado! E, no sentido literal da palavra.
   Não... não é uma outra forma de chamar uma mesma situação não...
   Eu me dei a este direito de reservar-me...
   Até porque o encalhado não possui pretendentes – e, modéstia parte, este não é o meu caso!
   Reservei-me!
   Reservei-me ao direito de me dedicar, durante este tempo, ao meu estudo – e o fiz com presteza e louvor.
   Reservei-me ao direito de cuidar das coisas de Deus – e este, eu tento... com todo o carinho.
   Reservei-me ao direito de me encher única e exclusivamente do Amor de Deus que me domina e consola.
   Aliás, acredito que quanto mais uma pessoa se abandona ao Amor de Deus, mais difícil se torna encontrar uma “cara metade”, uma “tampa pra panela”, uma “ajuda adequada”... porque a pessoa experimenta com tamanha profundidade um amor perfeito e desinteressado da parte de Deus, que todos os demais amores não se tornam mais tão atrativos quanto antes. Pois, o Amor Perfeito é infinitamente melhor que nossos amores falhos.
   Mas, enfim, reservei-me ao direito de discernir o que será de minha vocação – quem sabe eu ainda ingresse a receber o sacramento da Ordem ou, quem sabe, eu me decida de vez pelo Matrimônio. Tudo a seu tempo... e não é minha intenção decidir isto neste momento da minha vida.
   Eu sei que você começou a ler este artigo por seu título sugestivo, mas quero dizer-lhe que este jovem ENCALHADO NÃO SOU EU!
   Porque eu acredito sim que possam haver jovens encalhados pela vida...
   E sei também que os jovens que permanecem solteiros por muito tempo sofrem piadinhas e recebem este título – e, muitas vezes, sem méritos para tal, visto que ele se deu este direito (como eu!).
   Mas, quero dizer que trata-se de um jovem que namora.
   É... isso mesmo... o jovem ENCALHADO é um jovem que namora!
   Sim... namora já há algum tempo...
   No começo, tudo era lindo e maravilhoso... “mar de rosas” sem conhecer ainda os espinhos...
   Mas, o tempo foi se encarregando de revelá-los (sim, os espinhos!).
   E, o encanto inicial deixou de existir. Passou a conviver com as decepções.
   No início, superava-as. Hoje, já não consegue mais.
   Este jovem acostumou-se a namorar... já não vive sem a namorada mais... não quer “largar”.
   ... mas também não se sente atraído a dar novos passos – não quer casar, por enquanto.
   É sempre uma desculpa nova... primeiro, o estudo. Depois, o emprego. Depois, a casa. Depois, as coisas da casa. Depois (ou quem sabe, bem antes), os pais. E assim vai... desculpas novas para decisões antigas.
   O fato é que ele se acostumou.
   E o amor deu espaço à rotina.
   E o amor – aquele tal sujeito que a gente sente no começo – não se transformou em decisão.
   É... o amor é assim... no início, é sentimento... depois, é decisão! – e que o diga os casados há muito tempo... quantas decepções, raivas e ressentimentos... quanta vezes bateu a vontade de “chutar o pau da barraca”, de “jogar tudo para o ar”... momentos que foram superados pela força de suas decisões e que os mantêm juntos, até hoje!
   E este jovem não ama mais... ou ama, mas não tem tanta certeza se o inverso é válido.
   Ora acredita, ora desconfia... ora já tem certeza de que não há mais nada.
   Antes, eles rezavam juntos, iam à missa, ao GOU, conversavam... brincavam...
   Hoje, namoro “em braile” (apenas apalpam) e só... e olha lá ainda...
   É... e os solteiros que são chamados de encalhados ainda...
   Mas, os solteiros tem para onde ir... podem desestagnar-se com maior facilidade...
  Mas, aqueles que estão presos na rotina de um relacionamento... ah... esses sim precisam de ajuda para desencalhar desta situação que não os permitem mover-se.
   Namoro serve para isso: conhecer-se.
   Já diria o amado Padre Léo: um bom casamento é fruto de um bom noivado. Um bom noivado é fruto de um bom namoro, que é fruto de uma boa paquera, que é fruto de uma boa amizade. Mas... quando se passa à fase seguinte, não se pode deixar de viver as anteriores.
   Portanto, se no seu namoro já não existe uma boa paquera e uma boa amizade, “a vaca já foi pro brejo”, “tá encalhada”... ou desencalha, ou sacrifica!
   E isto não é uma crítica... é uma crônica!
   Apenas para servir de objeto a abrir-lhe os olhos (ou não).
   Pois bem, Juvenal*, sua história (com h) está aqui. Resta você decidir a hora de desencalhar.
   Mas, pense bem... porque se o lamaçal for muito grande em todos os lados, será preciso sacrificar. Ou, se o lamaçal for muito maior à frente, será preciso voltar...
   ... e é aí que a “porca torce o rabo”!

*Juvenal é um nome fictício, porque o agente desta crônica – amigo de faculdade – não gostaria que seu verdadeiro nome fosse revelado.