16 de setembro de 2011

3ª PARÁBOLA DA MISERICÓRDIA

   Esta é a terceira parábola da Misericórdia. A primeira foi a da ovelha perdida; a segunda, o filho pródigo e, agora, a moeda perdida.
   Que moeda era essa? Possuía algum valor? Era uma dracma, moeda grega, que equivale, hoje, aproximadamente, R$ 60,00. Mas, notemos os detalhes da parábola:
   - A moeda estava na posse da mulher e foi perdida dentro da própria casa. Estava na casa ainda, mas estava perdida.
   - A mulher possuía 10 moedas e perdeu apenas uma, retendo ainda 9 moedas.
   - Ao dar falta, colocou em ação um plano para encontrar a moeda:
      * Acende a candeia – ilumina todos os aposentos e tem a luz perto dos olhos para enxergar bem;
      * Varre a casa – acredito que depois de ela procurar, ela percebe que somente varrendo a casa será capaz de encontrar a moeda – isto é, é preciso vasculhar todos os lugares.
      * Busca com diligência até a achar – esta expressão “buscar com diligência” também é utilizada em Mt 2,8 quando os magos são instruídos por Herodes para buscar diligentemente o menino, pois também ele queria adorá-lo – isto é, buscar com vontade, com ânimo, até encontrar; sem pensar em desistir ou sem desanimar.
   - Quando ela encontra a moeda, faz o fato notório:
      * Convoca as amigas e vizinhas;
      * Compartilha seu contentamento – aqui é utilizada a mesma expressão usada pelo pastor no versículo 6: REGOZIJAR; já, na parábola do filho pródigo, a expressão correta é CELEBRAR.

   Mas, o que essa(s) parábola(s) quer(em) dizer-me?
   1. Tudo o que se perdeu era coisa semelhante. Talvez, as parábolas não refiram-se aos perdidos que estão no mundo – e esta é uma nova forma para comungarmos dessas parábolas.
      *A ovelha se perdeu das outras ovelhas;
      *O filho abandonou seu pai e irmão;
      *A moeda foi perdida das outras moedas.
   2. O lugar de onde foi perdido ou desgarrado representa um lugar seguro. No caso das ovelhas é um aprisco construído no deserto e no caso do filho é a casa do pai. Em relação à moeda, ela foi perdida de sua proprietária. Se usarmos a parábola da ovelha e a do filho pródigo simbolizando a igreja (ou o céu), por que não também em relação à moeda?
   3. Há muitos tipos de perdas representados aqui:
      *Como a ovelha, perde-se no caminho ou a caminho, atraído por luzes coloridas que exercem grande atração sobre os cristãos;
      *Como o filho pródigo, perde-se por causa da insatisfação e da curiosidade em saber o que está do outro lado da porta;
      *Ou como a moeda, perde-se em decorrência da falta de uso. Um talento que se perde porque não foi colocado para trabalhar e gerar mais benefícios.
   4. O que representa a dracma/moeda? Pode ser cada um de nós ou pode ser a perda da verdade, da dignidade, do amor, da oração, do jejum, do evangelismo, do prazer espiritual e muitas outras coisas.
   5. Nosso tema é a perda da moeda:
      #Perdeu-se dentro da própria Igreja;
      #Perdeu-se por inércia, morosidade;
      #Perdeu-se por causa de algum pecado;
      #Perdeu-se por falta de compreensão do seu valor e do que representa para a comunidade;
      #Perdeu-se por não compreender seu papel na missão de Deus.
   6. As igrejas estão repletas de pessoas perdidas (não no sentido de não-salvas, mas no sentido literal da palavra – sem rumo, esquecidas em algum canto, sem localização, sem função, sem participação, ...). São nossos irmãos e irmãs cujas vidas cristãs não foram desenvolvidas, ou se desenvolvidas foram perdidas, ou cujos talentos foram enferrujados.

   As grandes lições da parábola?
   -É preciso buscarmos o perdido e se alegrar com seu retorno.
   -A perda de alguém de nosso meio deveria produzir algum tipo de dor (lembrando que morte não é perda, mas é ganho – “Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é lucro”).
   -A ausência e a desvalorização do outro devem causar em nós estranheza. O outros quando não está com os outros deveria ser notado.
   -O nosso olhar comunitário deveria ser igual ao da mulher – alguém não está aqui.
   -A nossa ação comunitária deve também ser a mesma – fazer todos os esforços para encontrar o perdido.
   -Se formos nós os perdidos, devemos gritar (oração) como a ovelha para ser encontrado por Cristo ou voltar para a casa do Pai como o filho pródigo ou, ao menos, deixarmo-nos sermos encontrados.
   -Se o perdido estava ao nosso lado, devemos procurar como o bom pastor, esperar o retorno e se alegrar como o Pai ou procurar diligentemente como a mulher da última parábola.
   E, principalmente, não podemos duvidar da possibilidade do retorno do perdido.
   “Jesus recebe os pecadores e come com eles.”
   Nas três parábolas houve festa. E, hoje, para esta festa acontecer, depende de você!

   Fraternalmente,
   @thiagopignatti

2 comentários:

Anônimo disse...

Fernanda Pereira de Souza Rosa de Melo

@Gi_thomaz disse...

Muito bom este post Thi ... Parabéns !!