13 de maio de 2011

Conto: AMOR, LINDO AMOR #2

   Com a face triste, quase sem reações externas, ela caminhava pelo corredor, cheia de livros em mãos...
   Embora, não tivesse reações, o seu interior fervilhava...
   Muitos questionamentos, muitos medos, muitas inseguranças passavam dentro de si...
   Sem percebê-lo, ela esbarrou nele e seus livros caíram...

   Ele. Ali. Assustou-se.
   Abaixou-se, rapidamente, para pegar os livros dela.
   Esperava que ela gritasse, ficasse brava, com raiva... que falasse qualquer coisa que o faria se sentir mais humilhado do que já se sentia naquele momento...
   Pedia desculpas enquanto se apressava em recolher os livros...

   E ela, ainda sem reação, começou, então, a chorar...

   O desespero tomou conta daquele garoto.
   Em sua cabeça explodiu a grande questão: “O que eu fiz? O que eu causei?”
   Suas pernas bambearam... ele tremia...
   Tremia por insegurança...
   ... ou por medo?

   Mais uma vez pediu desculpas, disse que não gostaria de ter causado tudo aquilo...
   Ela apenas respondeu com um aceno de cabeça e disse que estava tudo bem!
   Ele não acreditou no que ouvia naquele momento...
   Como assim? Estava tudo bem? Ela estava chorando...

   Ele não se contentou com aquela resposta...
   Perguntou se poderia ajudá-la de alguma forma...
   Ela, mansamente, reafirmou que estava tudo bem e que ele poderia ficar sossegado...
   E ela retirou-se.

   E ele ficou ali. Parado. Estático.
   Como todo garoto, ele não se contentou com a resposta dela que estava tudo bem, diante das lágrimas.
   Só quem é homem sabe o que as lágrimas de uma menina causam em nosso interior... ainda mais quando são lágrimas que saem mansamente, mas que parecem amargar os olhos ao extravasarem, como se as machucassem...

   Ele a seguiu.
   Ela se esvaiu...
   E ele a perdeu de sua vista...

   Haveria de reencontrá-la no dia seguinte no colégio...
   Sim, haveria...

   Foi-se embora...
   Agora era seu interior quem não silenciava...
   Deitou-se.
   E eis que se achega Deus até seu coração e fala com ele:
   “Filho, tudo concorre para o bem dos que amam a Mim, seu Deus. Eu estou cuidando de ti.”

   Mas, a preocupação dele já era outra...
   Não pensava mais na humilhação que havia sofrido...
   Pensava apenas naquela garota com olhos inundados de uma razão que ele desconhecia.
   E ele, então, apresentou, em oração, a Deus, a preocupação com ela.
   E Deus silenciou.
   E a dor dele aliviou-se. Afinal, quando nos preocupamos com a dor do outro, a nossa parece pesar um pouco menos...

   E ele chorou.
   Adormeceu.
   Deus o restaurou por um bom sono...
   ... pois Deus o colocou no colo!

   E um novo dia amanheceu!
   Foi ao colégio...
   Lá estava ela...
   Aproximou-se...
   Não conseguiu dizer-lhe nada...
   Ela apenas agradeceu pela ternura dele no dia anterior.
   Ela deu-lhe um beijo na face e saiu...
   Levou com ela os sofrimentos daquele menino.
   Os olhos dele brilharam!
   E, então, ele descobriu que não existe forma mais bela de se amar alguém do que quando oramos por ela!
   Ele está feliz, pois, agora, ele a ama!!!

   E ela sabe...
   Afinal, ela pediu um menino maravilhoso a Deus para ser seu namorado!

   Fraternalmente,
   Thiago Pignatti de Freitas
   @thiagopignatti

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